O professor do curso de Agronomia, Engenheiro Agrônomo Anderson Rhoden, palestrou no 3º Seminário de Solos do município de Bandeirante, SC, realizado na última semana (08/12), abordando o tema “Como podemos manejar o solo praticando a conservação”. A palestra foi direcionada aos agricultores, técnicos e agrônomos das Prefeituras, Epagri e empresas da região. A palestra ocorreu no turno da manhã e da tarde, com participação ativa do público e apresentação de resultados técnicos para discussão.

Rhoden destaca que o tema conservação do solo ainda é relevante e atual, pois muitas práticas de manejo do solo que são adotadas ocorrem de forma equivocada, sem critérios técnicos e avaliação da aptidão agrícola das terras, bem como da capacidade do solo em suportar impactos advindos das chuvas, carga animal, tráfego de máquinas ou pela falta de rotação de culturas, o que tende a agravar os problemas de degradação química, física e biológica do solo, comprometendo a capacidade produtiva do solo bem como a quantidade e qualidade da água da região.

Foram apresentados dados sobre os problemas recorrentes do processo erosivo, da compactação do solo pelo falta de um correto manejo, pelo excessivo tráfego de máquinas, pisoteio animal devido à sobrecarga, e falta de adoção de práticas conservacionistas, como manutenção da palhada sobre o solo, movimentação do solo somente na linha de semeadura, rotação e consorciação de culturas, além da inexistência de terraços como estruturas de contenção das águas de escoamento superficial. Esta situação promove a erosão do solo devido ao arraste de partículas, além da perda de nutrientes, reduzindo a qualidade do solo e das águas.

Foram apresentadas alternativas para que se possa melhor trabalhar a preservação do solo e mesmo assim obter elevadas produtividades, com destaque para a necessidade de rotação de culturas, manutenção constante de plantas crescendo sobre o solo, bem como da palhada cobrindo o solo, assim como a introdução de sistemas integrados de produção agropecuária, com ênfase para a integração lavoura-pecuária com o manejo correto das pastagens, além da necessidade de construção de terraços bem dimensionados para a contenção da enxurrada.

Rhoden destacou que quanto maior a declividade e o comprimento do terreno, maior será o volume e a velocidade da água de escoamento, o que maximiza o potencial erosivo das chuvas. Como a região é essencialmente agrícola, práticas conservacionistas devem ser adotadas visando a preservação da qualidade do solo com vistas a produção das culturas, produção de carne e leite, manutenção da água na bacia hidrográfica e com isso favorecer a recarga subterrânea visando os poços, fontes e rios, bem como os aquíferos. O solo é um dos maiores reservatórios de água que temos, pois ele permite a infiltração e manutenção da água no local e com isso o uso pelas plantas e reabastecimento da água subterrânea. O adequado manejo do solo está diretamente relacionado a disponibilidade de água de uma região, destaca Rhoden.

Este tema é relevante e deve ser discutido de maneira rotineira em nossa região para que possamos melhorar a qualidade do solo bem como preservar a água. O equilíbrio do ecossistema e da produção agrícola depende disso, finaliza Rhoden.